quarta-feira, 30 de abril de 2014

Compressores parte II

   Continuando com os compressores vamos dedicar esta mensagem aos pontos que ficaram por resolver.
   Ponto 9 temperaturas nos compressores.
   Como os compressores são equipamentos que comprimem o ar, logo o ar ao ser comprimido já em si faz aumentar a temperatura e se não houver os cuidados necessários a temperatura aumentará muito mais.
   Um aumento de temperatura vai fazer com que o ar que está a ser comprimido conjuntamente com o óleo,
este se transforma em carvão.
   Está comprovado que uma redução de temperatura de 3 º centígrados no ar aspirado,representa uma economia de 1% de energia eléctrica .
   Para se verificar esta prova necessitamos de um termómetro de contacto ou  laser, de preferência o laser
porque é mais rápido e pode-se verificar a temperatura a uma distancia razoável, onde muitas vazes com o termómetro de contacto não se consegue.
   A temperatura no cárter do compressor não deve ultrapassar os 40º/60º centígrados.  
   A temperatura nas cabeças ou cabeçotes é muito mais elevada e essa informação deve vir no catálogo do compressor, e também varia dos modelos de cada um dos compressores.





   Termómetro de mercúrio, funciona por acção de um bulbo de mercúrio que ao contacto com a temperatura, o mercúrio aumenta de volume fazendo movimentar o sistema de engrenagens e marcar a temperatura.



  

 Medidor de temperatura digital a actuação é quase igual com a diferença de que em vez de engrenagens tem dispositivos electrónicos para marcar a temperatura.












  
 Medidor de temperatura laser, estamos na era do laser não podia de deixar de aparecer medidores laser.









 Medindo com laser ,verifica-se o raio infravermelho do medidor.
   Dependendo do modelo do medidor, assim será o alcance das medidas, que podem variar de um simples metro até uma quantidade considerável de metros.
   Muitas vezes é mais pela dificuldade de acesso ao elemento a ser medido,pois esta pode ir até 8 metros.







  Medidor de temperatura laser com um rango de temperatura de -50 a 380º C,tempo de resposta  500 milisegundos e distancia de leitura de 8 metros.









   Claro que haverá medidores ainda mais sofisticados com maior rango de medidas e de maior alcance, mas para o assunto que estamos a tratar não são necessários tão sofisticados
   Como podem verificar hoje em dia não é nada difícil medir temperaturas,nem as distancias são problema.
   Voltando ao assunto como podem verificar a manutenção é imprescindível para a durabilidade dos compressores.
   Não há duvida de que quando a temperatura aumenta um certo número de problemas podem existir no compressor, e um dos mais importantes seja a falta de óleo no cárter.
   Isso pode provocar o que vão ver nas imagens seguintes.





  
 A falta de óleo provocou o que se vê na imagem,e o que não se vê deve ter partido a biela e a camisa deve ter ficado sem conserto.











   Parte de biela partida pelo mesmo motivo.












   Passeio da cambota e casquílhos bronzes ou  bronzinas griparam e o mesmo motivo falta de óleo produziu aquecimento até que gripou,chega mesmo a fundir as peças de tal maneira que não se conseguem desmontar e o compressor vai para a sucata.



   Outro exemplo de passeio de cambota gripado.
   Quando isto acontece tem que se mandar rectificar e os bronzes têm que ser ajustados para a nova medida, mas isso é feito na empresa que rectifica. 








   Como podem verificar quando se partiu a biela ou o pistão um deles partiu o balancin  ou contrapeso da cambota,vejam a racha que produziu.






                                                                                   Mais uma vez chamo a atenção que se tem que ter com as temperaturas nos compressores.
   Como na mensagem anterior e mesmo que o compressor seja novo,neste caso ainda mais.
   Depois de arrancar o compressor ao fim de 100 horas de trabalho deve-se mudar o óleo do cárter por óleo novo, mas atenção estou a falar de 100 horas trabalho à que ter em conta esse pormenor.
   Depois da mudança do óleo este deve ser mudado de novo ao fim de 15000 horas ou quando tenha um ano de serviço, muito importante saber qual o óleo a usar, que seja o recomendado pelo construtor.
   Outra causa que não é de menos importância é o arrefecimento que é produzido pela polia maior.
   Esta é constituída por aspas que vão produzir o arrefecimento do cárter, que é produzido pela velocidade das mesmas, se essas aspas e o cárter não estão bem limpas elas não vão produzir o ar frio suficiente para o arrefecimento do cárter.
   Outra causa pode ser a válvula anti retorno que não esteja a funcionar como deve ser.
   Se não estiver em condições  esta vai deixar passar uma contra pressão que vai fazer o compressor entrar em esforço e logo causar mais temperatura.
   Se nota que o compressor está a trabalhar forçado esta pode ser uma das causas,faça um teste à válvula anti retorno,desarmando-a.
   Para provar-la, agarre a válvula com uma mão, ponha-a na boca com a seta no sentido contrário ao que vai soprar, sopre até sentir que a válvula fechou se fechou, faça de novo umas três vezes, se continua a fechar é porque está em condições.
     
    
                                                                                             


   Válvula de retenção desarmada.













   Pistola para ar comprimido.





                                                                                           A importância das linhas ou redes de ar.
   As linhas de ar são o veículo para levar o ar comprimido onde nós necessitamos.
   Dependendo das necessidades e qualidade do ar,estes devem ser equipados com,secadores de ar,desumidificadores e filtros.
   A função dos desumidificadores é remover a humidade e condensações existentes no ar comprimido ,ficando o ar seco portanto melhorando o ambiente.
   Eles são usados em empresas onde o ar tem que ter essas características,tais como industrias farmacêuticas,armazéns,quartos de máquinas,blocos operatórios,casas etc, etc,.
   Os filtros também são de maior importância pois são os mais usados nas industrias,principalmente na pneumática.
   Antigamente o ar para a pneumática era preparado com um grupo FRL ou seja filtro,regulador e lubrificador, hoje em dia, a não ser sistemas de redes antigas, o ar é simplesmente seco porque o material da pneumática já não necessita ser lubrificado porque os componentes são auto lubrificados.
   Daí a importância do ar ser de muito boa qualidade, seco e limpo.
   Na instalação de redes ou linhas de ar comprimido directas ou seja sem nenhum dos elementos atrás mencionados é de suma importância a colocação de pontos de decatação ou purgas   a 20 ou 30 metros.
 





   Aspecto de secador de ar comprimido.







   Existe um novo material para as redes de ar comprimido que é o PPR, que são tubos de Polipropileno Copolímero Random,que é um material que pesa menos 30% que o tubo de metal.
   As vantagens que tem este material é que por ser azul não necessita ser pintado pois essa é a cor das linhas de ar comprimido,não enferruja e é fácil de cortar e o corte fica sempre direito.
   A ligação dos componentes é feita por Termofusão a 260 º C (TOP FUSION), o que garante não haver fugas de pressão, e ainda tem uma vida útil de 50 anos garantido pelo fabricante.
   Desvantagem não pode apanhar sol, o sol quebra a cadeia melécular e debilita o material,por exemplo se dentro de uma fábrica sem apanhar sol duraria 50 anos com a acção do sol duraria de 6 a 8 anos.
   Para evitar esse problema há uma fita de alumínio que se envolve à volta do material e é suficiente para o proteger, também de pode usar outro tipo de material para protecção.
   Para se trabalhar este tipo de material tem que ter uma cotadora e uma termofusora,porque a ligação dos componentes é feita por TOP FUSION, ou seja por termo fusão, como já tinha dito antes.
   Tem diâmetros que vão desde 20 mm a 160 mm e a pressão de trabalho é - 13 milibares (vacuo) e mais de 13 bares a -20º  -  60º centígrados.
   Existem de várias cores conforme a que se destinem as linhas,segue exemplo de cores.

     



   Como podem verificar o azul é para ar comprimido,o verde para aguas,o encarnado para combate a incêndios,o preto para óloeos e derivados e o branco para redes de vácuo.






   Seguem fotos de cortadoras máquina termofusora.





   Maquina termofusora para PPR polipropileno vendo-se os pontos de introdução pretos dos elementos a aquecer.
   A temperatura de fusão do PPR é de 260º C.




 Cortadores de tubo também lhe chamam de alicate de corte tubo PPR.




   Se se necessita fazer uma redução como se faz numa tuberia normal, de um diâmetro grande a pequeno, com o PPR também se pode fazer e para isso vai-se usar o acessório que mostro a seguir.
   Bucha de redução e processa-se da seguinte maneira.
   Faz-se um furo na medida que tem o canhão que sobressai
na bucha de redução,tira-se as rebarbas que ficaram com a furação e coloca-se a bucha na termofusora, nos pontos pretos que se vêm na maquina, até atingir a temperatura desejada.
   Entretanto com um maçarico de gás pequeno aquecesse à volta do furo que se fez e coloca-se a bucha, com uma boa pressão durante um minuto e assim fica bem soldada.

                                                                                                 No meu tempo ainda não havia este material pois digo que é uma maravilha.
   Quando se constrói uma linha de ar comprimido tem que se ter em conta que, independentemente do comprimento desta ela deve ter uma inclinação de 0,5 a 2 %.para que a condensação de agua vá correndo nesse sentido.
   Segue exemplo.

 
    Esta é uma rede ou linha de ar comprimido bem estudada pois a disposição dos elementos de construção estão colocados tendo em conta as ferramentas a serem usadas.
   Como podem verificar cada ramal ou saída de ar é compatível com a ferramenta que se vai utilizar, a começar pelo primeiro a contar da esquerda como vai ser usada para pintura o ar deve ser limpo e seco daí o ter como componentes um filtro regulador mais um filtro coalescente que vai secar o ar,um engate rápido ou conexão rápida,uma chave, seguida de uma Y que é um filtro para sólidos e um purgador, que pode ser automático ou manual.






   Vários tipos de filtros .





O segundo ramal tem os elementos antes mencionados mas com a diferença de que vai se usada uma ferramenta pneumática que necessita ser lubrificada, e portanto em vez do filtro coalescente foi colocado um  preparador FRL,filtro,regulador e lubrificador.
   O terceiro ramal é o mais comum pois serve para se usar uma pistola que serve somente para soprar e limpar,tem também um purgador de maior capacidade porque como é o final da linha ele vai absorver uma maior quantidade de condensação, agua.
   Como podem ver a linha tem a inclinação proposta anteriormente,assim como as curvas de 180º que já em si eliminam uma boa parte da condensação, está uma linha bem estudada simples e eficaz.
   Na figura seguinte um exemplo de uma derivação com bucha de redução de um tubo de diâmetro maior para um menor, e ainda um T de redução.
   A derivação está com a curva de 180º e o T é o que tem o tubo que baixa, como exemplos.


















   Na figura seguinte mostra-se o que a meu ver não se deve fazer,colocar saídas de ar no final de uma linha,porque a pressão do ar vai levar toda a condensação até ao final.
   Atenção supostamente não sei se o ar já vem limpo o que já vai mudar a minha opinião,mas mesmo assim não é muito boa ideia.

   




   Final da linha de ar comprimido má opção.













  Várias medidas de tubos de polipropileno PPR.











   Elementos vários em PPR para as linhas de ar comprimido,onde se verifica também a combinação de elementos metálicos para serem adaptados ás linhas conforme as necessidades.






 Exemplo da utilização da combinação conexões metálicas com polipropileno PPR, neste caso as conexões são feitas em aço inoxidável, também não tinha outra razão de ser pois devem de  ser de material não oxidante,o bronze tampouco serve porque  oxida a longo prazo e isso não convém numa linha que pode durar 50 anos.






   A seguir esquema de purga para ar comprimido artesanal.

    Este sistema de purga era o que nós usava-mos nas oficinas para uma linha com pistola  para  limpeza.
   Era feito com um tubo de 150 mm de diâmetro com duas tampas soldadas a tope, um tubo galvanizado soldado na tampa superior e outro tubo soldado na parte lateral  do tubo de 150 mm.
   Levava uma conexão soldada na tampa inferior para se colocar uma chave de purga.
   Note-se que os tubos têm um corte em cunha para evitar um pouco que o ar atire a agua da condensação directamente para o tubo de saída.
   No tubo de saí de ar limpo tal como mostra a figura era colocada uma conexão rápida para se ligar a mangueira da pistola de limpeza.
   Esta purga era colocada na parede ou coluna a uma altura de mais ou menos um metro para facilitar o purgar e a colocação da mangueira,e funcionava bem, claro que não tem nada que ver com o sistema que se mostrou atrás que tem os quatro purgadores.

   Por agora vou terminar, continuarei a dar a conhecer tudo aquilo que me lembre.
   Despeço-me,um abraço e obrigado pelas visitas ao meu blogue.




                               MÁRIO SILVA






                                                                                                         

















1 comentário:

  1. Excelente! Descobri toda esta fantastica informação ao procurar uma simples pistola de limpeza que irei adaptar a uma arma artesanal de ar comprimido...para tiro ao alvo!
    Guardei este site que é uma verdadeira "biblia" sobre o tema AR COMPRIMIDO.
    As minhas felicitações! Há técnicos extraordinários em Portugal...

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