quarta-feira, 14 de maio de 2014

Mais para aprendizes e pré-oficiais.

   Voltando aos aprendizes vou ensinar várias maneiras de como achar os centros em peças.
   Vamos começar pelo que eu penso que seja o mais simples de fazer.
   Seguem imagens das várias maneiras de o fazer.

   FIG. 1 
   Usando o esquadro de centros,faz-se  uma linha paralela nos 180º, depois volta-se o esquadro a 90º e marca-se a linha perpendicular o encontro das duas linhas é o centro da peça.
 FIG. 2
   Usando o paquímetro,este método só se utiliza em último recurso,com o paquímetro na metade da medida da peça, marcamos a primeira linha e depois a segunda ao contrário,a união das duas linhas é o centro da peça.
   FIG. 3
   Tal como indica a figura com o compasso de centros ou hermafrodita, traçam-se linhas nos quatro pontos da peça o encontro dessas linhas é o centro da peça.
   FIG: 4
   Divide-se como metro metade da peça  depois é só virar ao contrário e marcar de novo, o ponto de encontro das linhas é o centro da peça.
   FIG. 5 
   Marca-se um ponto com o metro que será o centro ?, e seguidamente faz-se uma linha paralela como mostra a fig. 5.
   A seguir marcam-se os dois pontos à mesma distancia com o punção de bico.
   Com o compasso de bicos num dos pontos vamos marcar a linha que ira posteriormente cruzar com a outra. 
   Seguidamente com o compasso no outro ponto,vamos marcar outra linha que cruzando com a que  marcamos anteriormente, vai  dar o centro da peça.
   FIG. 6
   Usando o graminho e o bloco em V,colocamos a peça sobre o bloco, depois com o graminho calculamos mais ou menos o centro da peça e marcamos uma linha, deslocando o graminho.
   Logo voltamos a peça ao contrário do que estava e marcamos outra linha, se a diferença não for muito grande de uma linha para a outra, voltamos a peça 45 º, e marcamos outra linha deslocando de novo o graminho, logo voltamos de novo a peça para marcarmos a outra linha paralela a esta, o cruzamento das quatro linha formou no centro um quadrado pequeno que servirá como referência para marcar o centro.
   Este quadrado não deve ser muito grande para não levar a cometer o erro de não centrar bem a peça,deve ter o tamanho de maneira a que quando se marque o centro com o punção de bico este não vá dar diferença .
   Já me esquecia,para todas estas maneiras de achar os centro à que colocar  azul de Prussia ou com um marcador de bico de feltro pintar a superfície das peças para se poder marcar as linhas.
   O azul de Prussia é um spray de tinta especial para marcar as peças.


   Este método é identico ao anterior, só que o graminho é de precisão ,logo acha-se o centro com mais facilidade.

   FIG. 8
   Usando uma suta para saber qual a inclinação da escada.
   Vamos usar uma régua com 3 metros de comprimento, uma suta e um nível de bolhas de agua.
    Como podem verificar pela figura, coloca-se a régua sobre a escada,e segurando suta e o nível ao mesmo tempo,vamos por a parte vertical da suta a nível.
   Assim já temos uma abertura na suta que será equivalente aos graus de inclinação da escada.
   Para se saber quantos graus de inclinação tem a escada pegamos num transferidor e colocamos como mostra a figura, apoiado na base da suta e com o vértice da suta no centro do transferidor vamos ler qual a medida em graus.
   A leitura dá-nos de 35 º, medindo de A a Be de C a D 145 º que seria a soma de 90 º + 55 º = 145, que seria a medida que nos interessava.
   Logo a soma dos ângulos 90 º+ 55 º+35 º= 180 º.
   Passamos agora para a FIG. 9 .
   Trata-se de um instrumento micrométrico
que serve para medir inclinações e chama-se inclinómetro, ou clinómetro.
    Neste modelo quando o inclinómetro está fechado corresponde ao nível 0, e cada milímetro no nónio ou leitor do inclinómetro é igual a 1 % de inclinação.
   Portanto se queremos uma estrutura com 2 % de inclinação, vamos por o nónio ou leitor em 2 mm, e quando a bolha do nível do inclinómetro estiver a nível, isto quer dizer que a estrutura está com os 2 % de inclinação.
                         
                                                         PARA PRÉ-OFICIAIS


   Outro método e o da barra com inclinação.
   É uma barra maquinada com 2 % de inclinação, que é feita na fresadora e depois rectificada.
   Tem que ficar muito bem feita pois desse trabalho depende o ficar bem ou não a inclinação da estrutura.
   O procedimento é o seguinte,coloca-se a barra encima da estrutura de maneira a ficar paralela ao comprimento, marca-se uma linha central a todo o comprimento da estrutura, e coloca-se a barra nessa linha paralelamente, com a parte mias grossa ao contrário da que está na foto.
   Depois vamos colocar o nível de precisão, de preferência com base magnética, encima da barra de inclinação, e vamos nivelar a estrutura.
   Quando as bolhas do nível estiverem iguais para ambos lados, ou seja a bolha tem que ficar com igual distância dos riscos que tem o nível, tanto no comprimento como na largura, então a estrutura esta´nivelada.
   Segue foto de desenho da barra com inclinação, sem o nível encima.
   Este é um método prático mas pouco confiável, como o engenheiro responsável vai ter que verificar a inclinação com o teodolito, serve.
 



 A diferença de medida nas pontas é o equivalente aos 2 % de inclinação.





   Um dos métodos mais usados é o de dar a inclinação com o nível óptico ou equialtímetro.
   Segue foto de desenho explicativo.



 Onde o Nº 1 é a estrutura a ser nivelada ,
   O Nº 2 é o fixe ou base de concreto armado.
   O Nº 3 são a régua de mira que se utiliza para dar a referência das medidas.
   Os Nº 4 são os parafusos niveladores, que neste caso seriam 6, três num lado e três no lado oposto.
   Os Nº 5 são as placas de nivelamento.




 
   Por esquecimento, não informei que tipo de estrutura ou base metálica é a da figura acima desenhada.
   Esta é uma viga de apoio reforçada,que conjuntamente com outra no lado oposto vão servir de apoio a uma maquina.
   Esta viga é do tipo HE 360 B, que é uma viga de abas largas e mede 360 mm de largura x 300 mm  de altura x 22,5 mm de espessura de aba x 12,5 mm de espessura de alma.      
 Procedimento para o  nivelamento.
   Com a estrutura ou viga já colocada encima do fixe, os parafusos colocados, as placas de nivelamento postas, vamos por os parafusos todos à mesma altura, vamos supor que são duas vigas, uma de cada lado e vamos ter que fazer o mesmo trabalho nas duas.
   Neste método de montagem vamos ter que colocar em cada chumbador,que não estão aqui visíveis, uma anilha sutada ou inclinada para evitar que o aperto dos parafusos não seja forçado a um lado.
   Me explico,se apertarmos os parafusos sem as anilhas sutadas as porcas vão fazer a força inclinadas, o que poderia causar enfraquecimento nos parafusos e partir-los, as anilhas sutadas vão compensar a inclinação dos parafusos.
   A inclinação ou sutamento das anilhas tem que ser igual à inclinação que tenha a estrutura ou base.
   No desenho não estão representados os chumbadores  que seriam o mesmo número dos parafusos de nivelamento 6, segue desenho de anilha sutada ou inclinada.


   A inclinação tem que ser igual à inclinação da estrutura, neste caso seria de 2 % de inclinção.
   As anilhas devem ser montadas no sentido contrário à inclinação da base para assim poder compensar a inclinação, para que os parafusos façam força a direito.



   Este método aqui descrito é simplesmente para dar a ideia de como se pode fazer,
   Em vez de termos marcado os pontos A e B, marcamos A e A 1 e B e B 1,para mais tarde colocarmos a régua de mira.
   Terminado colocar o acima descrito vamos calcular a diferença nas medidas com os 2 % de inclinação.
   Suponhamos que desde o ponto A ao B encima da estrutura, vão 4 metros = 4000 mm.
   Para calcular a diferença vamos multiplicar 4000 mm X 2 % = 80 mm , = aos 2 %.
   A seguir colocamos a régua de mira no ponto A e verificamos qual a medida correspondente na régua,vamos supor que é de 550 mm, a régua de mira é uma régua especial preparada para se ler bem com o nível óptico, pois tem os números grandes e umas referências a cores brancas e encarnadas, que mais adiante vamos ver fotos de essas miras.
   Agora vamos colocar a régua no ponto B, e verificar qual a medida que tem, e é de 500 mm.
   Este procedimento é feito também nos pontos A1 e B1, que ficam contrários aos pontos A e B.
   A medida que deveríamos ter no lado B, seria de 550 mm - 80mm = 470  que é a diferença dos 2 %.
 Acontece que a medida verificada no lado B é de 500 mm, o que quer dizer que a estrutura tem que baixar ,500 mm - 470 mm = 30 mm para ficar nos 470 mm.
   Colocada a medida em 470 mm, vamos verificar de novo o lado A, pois ao baixar o lado B, certamente o lado A subiu um pouco,suponhamos 2 mm ou seja passou a ser de 550 mm - 2 mm = 548 mm.
   Voltamos de novo ao ponto B e B1 que têm que ficar iguais 470 mm, assim como ao ponto A1 e A medimos de novo, a diferença agora é mínima mas levamos  aos 550 mm e assim fica a estrutura com a inclinação de 2 %, 550 mm nos pontos A e A1 e de 470 mm nos pontos B e B1.
   As medidas de nos quatro pontos, A -A1 têm que ser iguais,assim como nos pontos B-B1, ou seja nos pontos A-A1 = 548 mm e nos pontos B-B1 = 470 mm.
   Depois de feita esta nivelação que não é definitiva,é o engenheiro responsável pela montagem que vai dar a leitura definitiva usando o teodolito,que é um instrumento ainda mais preciso que o nível óptico.
   Este tipo de instrumento o nível óptico, deixou praticamente de existir depois dos anos 80, já quase não se utiliza, agora é tudo a laser seguem fotos dos ditos instrumentos novos e velhos.







   Nível óptico normal giratório.













   Nível óptico giratório.
















    Nível laser profissional.















                         Teodolito digital ou electrónico.














   



 Réguas de mira ou simplesmente miras, vários tipos.













       Teodolito antigo de fabrico russo.









   Estamos a calcular e a desenhar as estruturas, sem nenhuma base. é apenas fictício, o importante é transmitir  a ideia de como seria este processo na realidade, medidas e inclinações não são verdadeiras.
   Em realidade se tivermos que montar uma maquina encima de uma plataforma ou base metálicas,o melhor seria construir a plataforma já com a inclinação.
   Segue desenho elucidativo.


   Plataforma ou base com inclinação de 2 %.
   Como podem verificar a parte de baixo da plataforma vai ficar paralela com o chão, a inclinação foi dada na parte superior.
   Neste caso não será necessário colocar anilhas sutadas porque a parte de baixo fica nivelada.
   Quando se termina de construir a base, esta é levada a uma oficina para ser maquinada a parte de cima, para ficar com a superfície onde vai ser montada a maquina completamente lisa e igual.
 A maquinação é feita em oficinas especializadas, porque têm que ter maquinas ferramentas adequadas para tal fim.
   Podem ser maquinadas em tornos ou em plainas gigantes.
 



   Depois de nivelada a plataforma ou base metálica, já com os chumbadores colocados, os pedreiros vão colocar o cimento nos furos do concreto armado e deixar secar.
   Depois de seco o cimento é de novo verificada a inclinação da plataforma para se verificar se houve alguma alteração nas medidas,porque o cimento quando seca contrai e puxa os chumbadores para baixo e pode provocar alterações significativas nas medidas.
   Se houve alterações nas medidas, estas são compensadas com suplementos metálicos por debaixo da maquina, no sítio dos parafusos.
   Verificadas as medidas e ajustadas em caso seja necessário, os pedreiros vão colocar uma armação em madeira à volta do fixe de concreto,  encher de cimento a toda a volta, e até à altura da parte mais baixa da plataforma.
   Assim fica terminada a colocação da plataforma para receber a maquina.
 Chegamos ao fim da mensagem de hoje, desculpem os erros cometidos, e sem querer justificar as falhas, é que estou a tomar uns anti-alérgicos e ando um pouco sonolento, espero que tenham gostado, tenham um bom fim de semana.
   Despeço-me  até à próxima mensagem.





                                                           MÁRIO SILVA

















































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